VIVÓ PRESIDENTE DE OLHÃO
Ainda não estou em mim de tão emocionalmente emocionado, me sinto..
Juro que não contive as lágrimas, quando vi na televisão os dois presidentes de Olhão a saudar a massa associativa do clube de Olhão.
Aquele momento de comunhão de ideais tentre os dois presidentes de Olhão, transmitido para todo o pais, encheu-me o peito de ar e vibrei que nem vibrador ligado à corrente.
Não foi tanto a proeza conseguida pelo clube, mas a forma genuina como saudavam o facto de lhes ter saído a sorte grande, que me sensibilizou.
E tinham e aparentemente têm razões para estarem contentes, não pelo Olhanense, mas por si próprios.
Parecem pensar que está o "taxo" assegurado.
E duma forma impressionantemente sagaz, logo no dia seguinte, estava o presidente de Olhão (o sr. eng.), reunido com o presidente do clube, no meio do relvado (isto é importante…), para analisarem ali mesmo (o local foi fundamental…), tudo o que havia a fazer para que não faltasse nada ao clube, porque segundo diz o sr engenheiro, é isso que a população quer.
E não há qualquer problema em utilizar o dinheiro da Câmara. È isso que a população quer!
È necessária luz artificial? Não há problema, a Câmara paga. È isso que a população quer!
Amplia-se o estádio? Não há problema, a Câmara paga. É isso que a população quer!
È preciso um estádio novo? Não há problema, a Câmara paga. È isso que a população quer!
A Ria está poluída? Não há problema. A população quer é o clube a ganhar!
Não há médicos suficientes? Não há problema. A população quer é bola!
Não há emprego? Não há problema. A população quer é que se gaste dinheiro na bola.
Não há problema que agora o fundamental é satisfazer a população.
Um presidente que ausculta e interpreta duma forma tão precisa o sentir de toda uma população, merece todos os encómios (hem, e esta?).
Até acho que já merece a estátuazinha. Já tem a rua…, ficava bem…
E já agora, se calhar, Olhão merece isto tudo?
Mal recomposto de tanta emoção, termino.
Mas ouvi dizer que o Xico Leal na próxima época vai jogar ao lado do Jalmir, a ponta de lança. E o Ramirez vai para guarda-redes, por se põe bem, em bicos de pés…
E disseram-me que tinham uma secretária para massagista… mas eu não acredito…
Cá fica o abração do
Zé Carlos
Então, Mano João, o que é feito de ti?
Nunca mais disseste nada…
‘Tá bem, desculpa lá, eu é que estou em falta contigo.
Mas cá ao Zé Carlos trabalho não falta, e os motivos de transpiração numa terra como Olhão, também nunca faltam, de modo que vou escrevendo e vai ficando de lado.
Mas agora ouvi uns “zum-zuns” de que o sr. Engenheiro, tinha botado faladura num discurso do 25 de Abril e que se fartou de "malhar" nos com…comenis… (xiça que até custa a sair…), nos comunistas (apre…), que isto em Olhão está tudo mal por causa deles. Até me disseram que ele falou em “corja” e ficou tudo indignado porque segundo alguns isto é um insulto.
Nada disso. Eu sei que aliás, o senhor engenheiro se dá com pessoas, que ele sabe que são uma autêntica “corja”. Por isso ele está habituado e portanto obviamente não acha nada, que seja insultuoso.
Para ele, tratar as pessoas assim, é normal. Por isso, não há que admirar.
Mas cá para mim, acho que ele tem razão. Então se os “peésses” estão de acordo, se os “peéssedês”, também estão de acordo, o que é que esses “cdus” têm que estar contra?
Que diabo, sempre contra, sempre a criticar, que a Ria está mal, que a pesca está mal, que há muito desemprego, que os jovens se vêem “à brocha”, que há muita gente a passar mal e ainda têm a lata de dizer como se deve fazer…
Xiça! Então o sr. Engenheiro não sabe isso tudo e não sabe como se faz? Sabe sim senhor!
E o sr engenheiro, não fez uma biblioteca? E um auditório? E não faz muitas festas? Disto não falam eles… lá por não dar mais empregos, ou não dar comer ao povo, dá muita agricultura e as pessoas podem mostrar as roupas novas… Disto não falam eles, não…
E a Educação? O que o homem está a fazer… no outro dia até inaugurou as retretes da escola dos brencanes.
Disseram-me que o sr. Engenheiro, combinou com o outro sr engenheiro (o Sócras, aquele), que vai tudo p’rá escola.
Até tu mano João. Já sabes, deixas de estar sentado na avenida e vais p’rá escola, qu’é p’ra seres um homenzinho.
Cá p’ra mim, o sr engenheiro, faz tudo bem e mesmo quando mete água “com’ó caraças”, mete água a pensar que é uma água boa para Olhão.
Portanto temos que compreender o homem, que aliás, segundo me disseram também é um dos que sofre com a crise, pois todos os dias tem que deixar a sua terra, e deslocar-se no nosso volvo, para vir ganhar o seu sustento em Olhão.
E por hoje cá fica o abração do
Zé Carlos